quarta-feira, 30 de julho de 2008

No fundo o que sente é uma grandessíssima necessidade de proteção. Penso vir da separação. Da criação como única, sem irmãos, sem amigos, e da reviravolta quando eles vieram, os irmãos. Tão tarde pra fazer a tão desejada companhia. Tão cedo para tirar-lhe um posto tão especial. Já havia adquirido esse jeito assim estranho, introspectivo. Atraiu amores incertos. Desastroso isso de depositar tudo em alguém. Não é? Ser traído por quem devia te proteger. E porque devia? Tão pouco se ater a delicadeza da mão que revela sua alma insólita. Tão miseravelmente pouco se ater a algumas palavras fraternas. Não pôde reagir e não pediu ajuda. Ao menos descobriu como seguir, com passos de quem não hesita. Só o que fica é a solidão, esse sentimento estranho que ás vezes se confunde com a saudade. Não é. É quase uma certeza de que todas as lembranças de beijos e sorrisos são apenas nostalgia de tempos em que tentou preencher-se da forma errada.

4 comentários:

Darshany L. disse...

sempre me sinto um pouco dentro dos seus textos...

Marília disse...

Não sei se isso é bom ou ruim.
mas não acredito mais em palavras, e como vc, aprendi a seguir sem hesitar...

Raphael Rap disse...

Mas mesmo a nostalgia preenchida de forma errada não é saudade? Mesmo que seja uma saudade de algo que não quer que volte mais?

Paula Carolinny disse...

teu texto me mostra simplicidade.